Vá em paz, Manoel de Barros!

Grandes perdas causam profunda tristeza na gente...

 João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves, Ariano Suassuna e Manoel de Barros 

foram embora.   

 Deixando saudade e um imenso vazio no universo da Literatura Brasileira e nos corações. 

O que eu gostava em João Ubaldo, por exemplo, além de sua linda voz e o seu talento?

Sua imensa modéstia.

A mesma modéstia cultivada abertamente por Rubem Alves, Ariano Suassuna e o Manoel de Barros.

Homens que dançavam com as palavras assim como o vento costuma bailar com as folhagens das árvores.

Homens cultíssimos, porém, donos de uma modéstia incrível!

Como a própria Natureza...

Nada imposto ou inventado para impressionar.

E, sim, para encantar.

Partiu Manoel de Barros...

Sujeito simpático e tímido ao mesmo tempo.

     Que dizia não gostar da palavra oral, preferia a escrita, onde manejava as letras como peças em 

um jogo de xadrez. 

Falava das coisas simples.

  Simples como ele mesmo foi em sua vida inteira.

Formigas, árvores, pássaros, bêbado, lesma, sapo,  e tantas outras aspectos corriqueiros do dia a dia, faziam parte dos seus poemas...

  Porém, nas mãos de Manoel de Barros o simples se transformava em requinte.

Vá em paz, meu querido!

     Valeu sua estadia entre nós!

Lindo finde a todos!

" Difícil fotografar o silêncio. 
Entretanto tentei. 
Eu conto: Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. 
Eu estava saindo de uma festa,. Eram quase quatro da manhã...." 

Manoel de Barros