Tadinhos?

 Tu quoque, Brutus, fili mi! - (Até tu, Brutus, meu filho!).

Essa é a frase que ecoa até hoje, desde que o Imperador de Roma, Júlio César, proferiu antes de morrer com vinte e três punhaladas desferidas pelos conspiradores, um deles, seu filho único e adotivo, de nome Marcus Junius Brutus.

Marcus Junius Brutus 

Cresci ouvindo essa frase entre uma conversa e outra de minha família, mas somente na adolescência é que fui entender a dimensão do crime que deu cabo a um dos maiores chefes militares do seu tempo e um dos homens mais cultos da história.

Porém, foi na idade adulta que passei a observar pelos meios de comunicação, crimes horríveis, incompreensíveis e chocantes, envolvendo pais e filhos.
Homens violentos, alcoolizados, dependentes de drogas pesadas ou simplesmente maldosos, matariam seus próprios filhos ou a família inteira?

No colégio, Suzane esteve entre os melhores alunos desde o pré-escolar. 

Foi alfabetizada aos 5 anos. 'Era muito carinhosa e vivaz', declarou Kátia Martinho, diretora do Colégio Criativa, o primeiro que a garota frequentou.

 'Demonstrava ter limites bem definidos. Não era birrenta e aceitava perfeitamente o 'não'. 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Richthofen

Porém, o que dizer de filhos que matam seus pais e ainda choram durante o sepultamento? 

Ou, simplesmente saem para comemorar sem que ninguém desconfie de nada, tamanha é a frieza de tais indivíduos?

Ontem, mais uma vez, soube de um crime bárbaro envolvendo uma família de policiais militares, na cidade de São Paulo, cujo pai, mãe,  filho, avó materna e a tia foram encontrados mortos no interior da própria residência.
  
Porém, o que deixou pasma a população brasileira foi o fato de que o autor da chacina era nada mais, nada menos, do que um garoto de 13 anos, cuja aparência era tão amável, para não dizer singela.  
Quem era o garoto?
O filho do casal assassinado, segundo as investigações policiais.
Filho que liquidou a família e ainda foi para escola, sendo que no retorno à casa, cometeu suicídio. 
Garoto bonito, meigo, amoroso, obediente e aparentemente "normal", segundo a família, vizinhos e professores.

E aí, pergunto: Como alguém com essas características exemplares, poderia cometer um ato horrível dessa magnitude que foge à compreensão humana?

Respeito todos os argumentos que possam vir, porque sou uma pessoa aberta, mas algo que sempre fico atenta é com respeito à Psicopatia.
Psicopatas possuem máscaras tão bem feitas que, mesmo diante da confissão dos seus atos, ainda há quem acredite na sua inocência.

Por isso quando perguntam para mim, do que mais tenho medo, respondo sem pestanejar: TENHO MEDO DO SER HUMANO. 
Lembrando que psicopatas não são considerados loucos, ao contrário, todos possuem plena consciência dos seus atos, porém, são isentos de sentimentos. 

Penso que os livros a respeito do assunto deveriam ser lidos pela população em geral, porque muitas vezes determinadas tragédias humanas poderiam ser evitadas, justamente, por conta das dicas oferecidas pelos psiquiatras de plantão.
Se bem que a mãe de Suzane Ritchthofen não percebeu o que tinha em casa, mesmo sendo psiquiatra.
Mas é assim mesmo: "Casa de ferreiro, espeto de pau".

Acredito que mesmo o leigo pode safar de um psicopata antes de tornar sua vítima.
Mas é aquilo, muita gente encara esse assunto como "bobagem", "perda de tempo", "assunto inapropriado", "coisa de cinema". 
Só quando os fatos acontecem na vida real é que a ficha do povo cai...
E depois de um tempo tudo é esquecido até que novamente um crime bárbaro volta a acontecer.

De tudo o que ouvi até agora a respeito do perfil do garoto de 13 anos, o comentário do renomado psiquiatra forense, Guido Palomba, foi o mais coerente, na minha opinião. 
Dr. Palomba disse que o garoto já tinha um transtorno mental e alguma 
coisa (bronca, castigo) o fez eclodir, trazendo à tona.

Só deixo aqui mais uma pergunta: Olhando a fotografia de Suzane, chorando compulsivamente diante do sepultamento dos pais, alguém imaginaria que essa moça teria sido cúmplice, a "cabeça" do assassinato dos próprios genitores?

Olhe bem a imagem...

"Os males infiltram-se na vida dos homens sob a ilusória aparência do bem."

Erasmo de Rotterdam

Nadja P.